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Borboleta laranja

**Borboleta Laranja**

As asas como montanhas,

Ganhando luzes, infinitas luzes.

A transformação: luzes do novo,

Da calma e do mar que está logo ali, atrás da janela.

A janela da alma,

A janela pela qual a borboleta observa,

Para que suas asas possam voar.

Voar com suas luzes,

Caminhos nunca percorridos.

Por trás da janela, há um mar,

E, além dela, o pôr do sol laranja.

O palco

O palco

Hoje pela manhã, minha professora de balé me perguntou se eu gosto de dançar no palco. A resposta é sim.

Eu adoro as luzes brilhantes, a música tocando, e o (cor) de rosa da maquiagem, que, na verdade, nunca uso.

Gosto de ajudar a professora com as crianças, cortando as cordinhas das sapatilhas mirins.

No entanto, este ano não tive coragem por causa da pandemia.

Adoro dançar e esquecer que, no fundo do teatro, há uma plateia sentada em cadeiras vermelhas.

Gosto de sentir as luzes, mesmo que não aprecie ser vista.

O palco é uma paixão que não consigo explicar.

Outro dia, uma professora que admiro e que tem uma carreira no teatro comentou que eu tenho uma voz doce para gravar vídeos, apesar da minha timidez.

Talvez sejam as flores do caminho, talvez seja a alma dançando.

**Querido Papai Noel,**

**Querido Papai Noel,**
Eu poderia pedir uma bicicleta cor-de-rosa com cestinha ou uma bicicleta azul clara

daquelas retrô, mas será que ainda sei andar de bicicleta?

Quem sabe um patins lilás?

Ainda existe uma sandália da Xuxa?

Um disco de vinil da Angélica? Não tenho vitrola, mas adoraria!

Uma Barbie astronauta?

Uma casinha de bonecas, onde o mundo é perfeito!!!

Um patinete (sem ser elétrico), pois tenho um certo trauma de patinetes elétricos!

Uma corda para pular? Acho que não sei pular corda, mas…

Então, que tal uma sapatilha de ponta de balé? Esse é um sonho antigo!

Um colar de anjinho, já que gosto de anjos e de nossas senhoras de tantos nomes!

Linhas novas para novos bordados?
Pincéis, papéis de aquarela, uma orquídea?

Ah, Papai Noel, já sei! Quero um mundo livre desta pandemia! Um mundo com vacina para todos!

Um mundo cheio de saúde e amor!

Escrevo enquanto olho para o mar; ele vai e vem.

Parece tão calmo que dá até para vir de navio.

Quem sabe a sereia e os golfinhos te fazem companhia pelo caminho…

Continuo aqui, bordando e esperando dias melhores para o nosso Brasil e para o mundo!

A árvore aqui da frente já está iluminada, aguardando a sua chegada…

Uma quarentena teria 40 dias ?

Uma quarentena teria 40 dias ?

Será ?

A minha teve quase dois anos 

Pouco sair neste tempo todo 

Os detalhes da casa foram ficando mas presentes 

Detalhes…. coisas miúdas que as vezes passam em branco 

Nos dias de céu azul e correria de São Paulo

Detalhes …. memórias de tempos que foi  …

porem ainda  fazem parte do nosso dia a dia 

As santinhas de tantos nomes Rita , Terezinha

As nossas senhoras aparecida, Nazaré , Fátima  

Por que é de fé em fé  de sonho e de pó 

As bonecas do frozen … livre estou… como se fala no filme

Mesmo aqui ,  no mesmo lugar 

Livre com os meus bordados 

Com linha e agulhas 

Com pincéis e tinta 

Com as flores de caminho ou melhor com as flores de casa 

Orquidias de muitas cores 

Álcool gel para todos os lados  e máscaras coloridas 

Novos tempos, novos acessórios 

A caminha rosa da cachorrinha que não para pela casa 

A vida que vai passando entre um ifood e outro 

As aulas on line , a arteterapia , os estágios 

A terapia ,

a vida a caminhar entre quatro paredes mas aqui tem um pouquinho mas eu acho 

Os pássaros a cantar nas árvores 

A cachorrinha a correr 

O tempo que não para 

O tempo que vai no ritmo do bater do coração

Novas ideias , bordados que falam da pandemia, que falam de rios de mapas , de memórias,  

Detalhes cada um com sua histórias 

Ursinhos de alguma viagem para o outro lado do oceano 

Oceano que vai em vem 

Detalhes o violão parado no canto 

O violão que só sabe tomar com uma de um certo padre do interior 

A máquina de costura parada em outro canto da casa 

textos e mas textos escrito no meu caderno florido 

Estrelas do céu a bilhar 

O mundo que gira como uma roda gigante 

A tv a mostrar as histórias de uma pandemia sem fim 

Agora há uma luz 

A luz a bilhar 

As aulas on line

o Ballet on line a vida que dança 

A aquarela on line as cores e suas manchas 

Cores que foram colorindo dias de isolamento 

Cores , palavras , linhas , tecidos 

Um universo inteiro criado dentro de casa 

Casa meu pequeno laboratório de criatividade 

Os detalhes estão aqui e ali a acompanhar os meu pincéis e as minhas agulhas 

Estrelas não há por hoje

**Estou aqui a olhar o mar.**

Ele vem e vai.

Estrelas não há por hoje,

apenas algumas luzes a brilhar lá no fundo,

dos navios que esperam para entrar no porto.

A vida segue no ritmo das ondas.

Fico aqui pensando nas vidas que se foram,

especialmente nesta semana.

Artistas jovens com uma carreira pela frente.

Confesso que pouco sei do sertanejo atual;

pouco escutei, mas me entristece ver uma menina tão jovem

se tornando estrela. Dizem que ela era a rainha da sofrência.

Eu também sabia bem pouco sobre Jaider Esbell até outro dia,

mas, há um tempo, venho prestando mais atenção na arte indígena.

Não sou estudiosa do assunto, mas sou admiradora.

É uma arte tão brasileira, tão rica.

Confesso que comecei a seguir Esbell há pouco tempo,

depois do início da Bienal. Assisti às lives dele,

e um dia ele começou a me seguir no Instagram.

Para mim, isso foi melhor que ter 500 mil seguidores!

Fiquei feliz por um artista que admiro ter me seguido.

Esta semana, ele também se tornou estrela.

Ainda perdemos um grande músico e uma das damas da dança,

que me ajudou tanto no meu TCC.de fotografia

O que fica disso tudo é o amor à arte.

A arte nunca morre;

fica a certeza de que a vida é uma onda.

Enquanto escrevo, o mar vai e volta:

horas calmo, horas agitado.

Estrelas agora não há, já amanheceu;

brilha o sol, e o céu azul ao fundo.

A vida está aqui, e é para agora.

**Como seria ter o controle do tempo?**

**Como seria ter o controle do tempo?**

Seria como um controle de videogame?

No videogame, conseguimos controlar o tempo — o tempo do personagem.

Ou talvez como um controle remoto de TV, onde mudamos o canal do tempo?

Mas será que é possível controlar algo que não tem forma? Controlar o abstrato… Controlar o relógio…

Acho que não.

Se fosse assim, Cinderela não teria perdido o sapato, e a carruagem não teria se

transformado em uma abóbora.

O relógio pararia para que alguém pudesse ser feliz; a Branca de Neve não teria comido a maçã.

Todos seriam felizes, sempre, em harmonia.

O tempo não pode ser controlado. Ele não espera por ninguém; simplesmente passa.

Passa muito rápido, na velocidade da luz, mas sempre brilhante.