Arquivo da tag: diário

Dizem que o choro é feito de água…

Dizem que o choro é feito de água,

talvez seja feito de água e sal; para mim, é feito de emoção,

de tristeza — aquela que brota do nosso eu, do nosso eu mais puro, do nosso eu mais precioso.

A lágrima que cura, que deixa ir o que machuca, a alma machucada, a alma que busca se

encontrar em cada lágrima que escreve uma nova história, histórias de superação.

A lágrima que permite à tristeza fluir, o que vai, o sair, o percorrer… o percorrer os

caminhos da face, saindo como as ondas do oceano, como a água de um rio que desagua

na alma, que vai encontrando seu próprio leito.

O processo do rio que deságua neste caderno, repleto de momentos escritos.

A fada da tristeza, a fada azul de roupas roxas — a fada que mora em um lugar distante, no

final da floresta, no fim de tudo, onde a luz aparece apenas um pouquinho. A luz no final

do túnel, a fada que busca encontrar suas próprias sombras, que tenta deixar para trás

tudo aquilo que não lhe faz bem. A fada que persiste em transformar a lágrima em sorriso,

o sorriso da alma; a fada que busca sua luz interna, que termina este caderno em busca do

que há de melhor em cada palavra, porque metade de mim é poesia e a outra metade são

palavras ao vento…

Estrelas não há por hoje

**Estou aqui a olhar o mar.**

Ele vem e vai.

Estrelas não há por hoje,

apenas algumas luzes a brilhar lá no fundo,

dos navios que esperam para entrar no porto.

A vida segue no ritmo das ondas.

Fico aqui pensando nas vidas que se foram,

especialmente nesta semana.

Artistas jovens com uma carreira pela frente.

Confesso que pouco sei do sertanejo atual;

pouco escutei, mas me entristece ver uma menina tão jovem

se tornando estrela. Dizem que ela era a rainha da sofrência.

Eu também sabia bem pouco sobre Jaider Esbell até outro dia,

mas, há um tempo, venho prestando mais atenção na arte indígena.

Não sou estudiosa do assunto, mas sou admiradora.

É uma arte tão brasileira, tão rica.

Confesso que comecei a seguir Esbell há pouco tempo,

depois do início da Bienal. Assisti às lives dele,

e um dia ele começou a me seguir no Instagram.

Para mim, isso foi melhor que ter 500 mil seguidores!

Fiquei feliz por um artista que admiro ter me seguido.

Esta semana, ele também se tornou estrela.

Ainda perdemos um grande músico e uma das damas da dança,

que me ajudou tanto no meu TCC.de fotografia

O que fica disso tudo é o amor à arte.

A arte nunca morre;

fica a certeza de que a vida é uma onda.

Enquanto escrevo, o mar vai e volta:

horas calmo, horas agitado.

Estrelas agora não há, já amanheceu;

brilha o sol, e o céu azul ao fundo.

A vida está aqui, e é para agora.