Setembro Amarelo

# Setembro Amarelo

Uma ilustração inspirada em Edward Hopper.

( Ontem tive uma assistente a minha cachorrinha )
Qualquer hora vou ensiná-la a pintar…

Bom, voltando ao assunto!

Sempre faço uma ilustração para o Setembro Amarelo e fico refletindo sobre a importância de cuidar da saúde mental.

Em 2014, eu enfrentava crises de ansiedade que me levaram a parar no hospital.

Desde então, muita coisa mudou: nunca mais deixei de fazer terapia e até procurei ajuda médica.

Acredito que é fundamental falar sobre esse tema. Já vi meninas jovens tirarem a própria vida, o que considero extremamente triste.

Por isso, faça terapia e sempre procure ajuda. A terapia é vida, como diz uma cantora que admiro muito.

Atualmente, tenho uma excelente psicóloga, @psi.kafioravante, e uma ótima médica.

Decidi escrever e desenhar sobre isso porque considero o assunto muito importante.

Infelizmente, na pandemia, o número de suicídios e casos de ansiedade e depressão aumentou.

O Setembro Amarelo é uma iniciativa do Centro de Valorização da Vida (CVV), do Conselho Federal de Medicina (CFM) e da Associação Brasileira de Psiquiatria.

**Como seria ter o controle do tempo?**

**Como seria ter o controle do tempo?**

Seria como um controle de videogame?

No videogame, conseguimos controlar o tempo — o tempo do personagem.

Ou talvez como um controle remoto de TV, onde mudamos o canal do tempo?

Mas será que é possível controlar algo que não tem forma? Controlar o abstrato… Controlar o relógio…

Acho que não.

Se fosse assim, Cinderela não teria perdido o sapato, e a carruagem não teria se

transformado em uma abóbora.

O relógio pararia para que alguém pudesse ser feliz; a Branca de Neve não teria comido a maçã.

Todos seriam felizes, sempre, em harmonia.

O tempo não pode ser controlado. Ele não espera por ninguém; simplesmente passa.

Passa muito rápido, na velocidade da luz, mas sempre brilhante.

Caro Ministro da Educação

Caro Ministro da Educação,

Confesso que não me lembro do seu nome, mas isso não é o mais importante. Gostaria de

compartilhar algumas experiências. Nasci na década de 80, uma época em que a moda era

ter uma sandália da Xuxa, que vinha acompanhada por uma corda de pular. A sandália

machucava meus pés e eu tinha dificuldades para pular a corda, mas isso não impediu que

eu brincasse com minhas colegas de escola.

Nunca me senti diferente.

Com quatro anos, já sabia nadar sem boia; aos seis, andava de bicicleta sem rodinhas; e

aos quinze, fiz minha primeira exposição. Aos dezoito, já havia recebido prêmios.

Tinha uma amiga deficiente visual, e eu a ajudava a descer as escadas após o intervalo, já que a sala dela era no andar de cima e a minha, no andar de baixo. Essas experiências me ensinaram muito.

Além dela, tinha um coleguinha com osteogênese imperfeita, conhecido como “ossos de cristal”. Eu sabia que precisava ter cuidado ao brincar com ele, e isso me ensinou a ser responsável. Daniel e Liliana não eram diferentes de mim; éramos apenas crianças aprendendo umas com as outras.

Na faculdade, tive uma amiga surda, e até aprendi um pouco de linguagem de sinais. Minhas experiências não param por aí, senhor Ministro. Conheci a tia Gaby e a Gabizinha, que nasceu com o pé um pouco voltado para dentro.

Senhor Ministro, posso ter a idade de uma neta sua, mas aprendi muito sobre a vida. Compreendi cedo o significado de superação e, principalmente, de respeito.

amor …

é senhor ministro tudo que tenho para falar para você,

é preciso amar e respeitar

espero que um dia o senhor aprenda ainda dá  tempo sempre dá !

Da minha parte vou fazer o meu melhor para este país ser diferente com mas amor e empatia…

**A Menina Triste**

**A Menina Triste**

“As pessoas são solitárias porque constroem muros ao invés de pontes.”
— O Pequeno Príncipe, Antoine de Saint-Exupéry

E assim vamos construindo um tempo, criando pontes nas telas do computador.

Corremos o risco de chorar um pouco quando nos deixamos cativar.
— O Pequeno Príncipe, Antoine de Saint-Exupéry

Cativar o outro pela tela, cada um no seu planeta, com a sua flor…

É tempo de cativar a infância durante a quarentena. Os livros se transformam em pontes, e

as pontes se tornam telas. Cadernos tão tristes e brinquedos permanecem lá, na prateada

memória do tempo que gira. Lá fora, há um vírus; amigos podem partir, o tempo pode se

esgotar, mas as palavras não. O livro permanece, há vida atrás dos muros de nossas casas.

A vida está nos livros, e há uma história a ser lida…

**Remédio para a Alma**

**Remédio para a Alma**

**Indicações:**

– Para aliviar as dores do mundo

– Para proporcionar mais leveza

– Para promover uma respiração tranquila

– Para cultivar o amor-próprio

– Para facilitar a aceitação pessoal

– Para desenvolver a compaixão

– Para fomentar empatia consigo e com os outros

– Para fortalecer a coragem

– Para aprender a perdoar

– Para perdoar a si mesmo e aos outros

**Modo de uso:**

– Tomar três gotas pela manhã

– Tomar duas gotas à noite

**Contraindicações:**

– Para pessoas que são difíceis de lidar, aquelas que nem o tempo consegue melhorar

– Para aqueles que não desejam mudança

**Composição:**

– 100 gramas de muito amor

– 200 gramas de perdão

– 300 gramas de aceitação

– 400 gramas de esperança

 

**Hoje**

**Hoje**

Hoje faz frio aqui.

Estou usando um moletom da Bela e a Fera, talvez um dos meus

desenhos favoritos.

Falei muito hoje, como falei.

Mas comecei meu caminho em direção ao mar.

O mar é azul, como o céu.

Na verdade, é um caminhar, um sonho.

Um sonho de respirar perto do mar.

Sinto que hoje estou um pouquinho elétrica.

Acho que há energia dentro de mim; há um fio que conduz várias correntes em tons

diferentes. Às vezes, estão mais para o vermelho, uma agitação pura, como a de hoje.

Às vezes, a luz é verde e me traz calma.

Ou azul, como o céu, ou como o ar.

O ar é azul?

Lembro de quando éramos livres para dançar nos palcos da vida.

Vida que vai…

Vida que vem…

Vida que roda como um grande carrossel, girando com seus cavalinhos coloridos.

A girar, girar.

Vermelho.

Para esvaziar.

Uma bexiga dessas de festas.

Poderia ser redonda ou a do Mickey, como a da minha infância.

E aquele ar lá dentro se movimenta.

O movimento e suas emoções.

Emoções que vão mexendo com a gente.

Às vezes, é preciso calma.

Calma para ir esvaziando aos poucos.

E ir escrevendo novas histórias.

Com o vermelho.

 

Poesias e girassóis….

**As palavras que voam pelo ar!

Que vão correndo,

Poesias e girassóis,

Horas que fluem suavemente ao som do tempo!

O tempo dança na serenidade das horas!

O girassol a brilhar,

A menina a pular.

1, 2, 3, cadê o girassol?

Ele está ali, a observar a menina a saltar!

Na dança das palavras,

Na dança das horas,

No som da vida,

A bordar e a pular,

Saltando entre as palavras,

Palavras que transformam,

A pular pela vida,

Palavras que voam pelo ar!**

 

**Eu sou aceitação**

**Eu sou aceitação**

Eu me aceito.

Eu sou aceitação.

Já briguei com ela algumas vezes—com a aceitação.

Mas agora estamos em harmonia.

Caminhamos de mãos dadas

Pelos campos floridos da vida.

Andamos entre flores, mares e estradas internas,

Construídas por cada retalho deste grande mosaico

Que eu sou.

Eu me aceito,

Assim como sou, com meus cabelos castanhos lisos e meus inúmeros óculos,

Para enxergar o mundo de maneira mais clara. Falo isso de forma figurativa,

Porque, no sentido abstrato, eu vejo com o coração.

Eu me aceito assim, com o pé um pouquinho voltado para dentro.

Não havia um jogador assim,

Então por que não uma bailarina?

A arte da sapatilha,

A arte da bola,

A arte da vida,

A arte da transformação,

A arte da aceitação.

A arte de se aceitar.

Aceitar nossa pintura refletida no espelho,

O profundo da alma.

A alma que se aceita no acender da luz mais pura do nosso ser mais íntimo.

Os segredos da alma.

Eu sou aceitação.

**Se a minha vida fosse uma música?**

**Se a minha vida fosse uma música?**

E se a minha vida fosse uma dança?

Como eu seria?

As estrelas…

Se a minha alma fosse música?

Ela seria como estrelas que flutuam pelo ar, pela terra…

O brilho das estrelas que dançam pelo espaço, a luz que nos orienta,

Que nos move…

Pelos movimentos que fluem através das luzes das estrelas.

Se minha alma cantasse?

Ela seria uma luz a brilhar, iluminando caminhos nunca antes percorridos.

O percurso da alma em busca de nossos sonhos, escondidos na luz interior.

A nossa luz a nos guiar…