**Canto de um Povo**

**Canto de um Povo**

Todo dia o sol se levanta,

No fim da tarde, a gente chora.

A beleza do tempo,

A canção que toca na alma;

Alma que se ergue,

No ocaso do dia, a gente chora,

Chora como o último fio de sol,

Entrando pela janela,

A hora da saudade

Que faz a gente chorar.

Todo dia o sol se levanta,

E a lágrima seca

Até o fim da tarde.

O canto de um povo,

O canto da alma.

Fotografia Híbrida

Fotografia Híbrida

A fotografia sempre foi uma forma de arte que reflete a realidade, mas a evolução

tecnológica trouxe novas possibilidades que transformaram não apenas os métodos de

captura, mas também a experiência de observar e compartilhar imagens. A fotografia

híbrida surge nesse contexto como uma fusão entre os métodos tradicionais de captura e

as ferramentas modernas de edição e compartilhamento, apresentando um novo

paradigma para fotógrafos e amantes da arte.

Fotografia híbrida pode ser entendida como a combinação de técnicas analógicas e

digitais para criar imagens que capturam a essência de ambos os mundos. Isso pode

envolver o uso de câmeras de filme tradicionais, acompanhadas por um processo de

digitalização e edição em softwares modernos, ou a captura de imagens digitais que são

posteriormente manipuladas para se assemelharem a fotografias analógicas, utilizando

filtros e efeitos digitais. Este estilo permite aos fotógrafos explorar uma ampla gama de

estéticas e técnicas, proporcionando uma liberdade criativa sem precedentes.

Com o avanço das câmeras digitais, a fotografia se tornou mais acessível e democratizada.

No entanto, muitos fotógrafos ainda apreciam a estética única e a textura das imagens de

filme. A fotografia híbrida permite que esses fotógrafos mantenham a autenticidade do

filme enquanto aproveitam as conveniências da era digital. Além disso, as redes sociais e

plataformas de compartilhamento de imagens ampliaram o alcance do trabalho

fotográfico, tornando mais fácil para os artistas expressarem sua visão a um público

abaixo as minhas fotos

 

 

 

 

 

A missa

“A missa de um mês do meu pai me fez refletir tanto…

Não houve missa? Por que você não me chamou? Eu não disse nada a ninguém.

Sim, houve a missa, mas fui sozinha, apenas com meus pensamentos.

Estava sozinha porque precisava. Egoísmo? Acho que não; eu desejava o silêncio em meio ao caos.

Desde criança, sempre gostei de brincar sozinha.

Eu precisava desse momento com Deus, a sós.

E como filha, precisava desse tempo só.

O pior foi que o padre esqueceu de mencionar o nome do meu pai, e nesse instante pensei: ‘Ufa, não chamei, ninguém’.

Tive medo de não conseguir ir, mas fui eu e minha jaqueta de bailarina.

Afinal, meu pai apreciava meus bordados.

Fui eu, minhas agulhas e linhas, a menina que sempre gostou de passar horas sozinha e

precisava de uma missa a só.

De certa forma, meu pai sabia que tinha uma filha artista, que sempre viveu em seu próprio universo, e precisava se despedir assim…. ”

 

Uma Luz nas Olimpíadas

### Uma Luz nas Olimpíadas: Reflexões sobre Desenhar em Tempos Difíceis

A vida é um mosaico de experiências, e, por vezes, os períodos mais desafiadores se

tornam o combustível para a criatividade e a superação. Durante um fase marcante da

minha vida pessoal, encontrei nas Olimpíadas uma fonte inesperada de inspiração e

resiliência. O ato de desenhar cenas olímpicas se transformou em meu refúgio, uma luz no

final do túnel que iluminou minha jornada em meio à escuridão

As Olimpíadas são mais que competições esportivas; representam determinação, coragem

e a capacidade de superar barreiras. Ao desenhar essas cenas vibrantes, mergulhei em um

oceano de cores e movimentos que me transportaram para longe dos meus problemas.

Cada traço de lápis ou pincelada me permitiu visualizar não apenas atletas em busca de

medalhas, mas também a essência de lutar contra as adversidades da vida. A energia que

emana dessas competições se tornou um espelho do que eu desejava ser – resiliência em

estado puro

A relação entre arte e emoção é intrínseca. Durante os dias em que me vi imerso em

angústias e incertezas, as cores que escolhi nas minhas ilustrações tornaram-se uma

terapia. O vermelho ardente simbolizava a paixão e a força, enquanto o azul profundo

trazia uma sensação de calma em meio ao caos. Os amarelos vibrantes capturavam a alegria momentânea que as pequenas vitórias na vida podem trazer. Ao combinar essas

tonalidades, fui capaz de expressar não apenas a grandeza do esporte, mas

também as nuances de uma batalha interna que, em muitos aspectos, é igualmente

desafiadora.

Desenhar cenas olímpicas se tornou um ritual, um ato quase sagrado que me permitiu sair

do espaço angustiante da realidade. Cada ilustração me proporcionou uma sensação de

controle e liberdade….

Concluindo, desenhar cenas olímpicas durante um período tão delicado da minha vida

serviu como um bálsamo para minha alma. As cores, que inicialmente pareciam distantes,

trouxeram luz e esperança, mostrando-me que a arte tem o poder de curar. Olhando para

trás, percebo que, através da ilustração, não apenas homenageei o espírito olímpico, mas,

acima de tudo, resgatei o meu próprio. A criatividade, assim, revelou-se como uma

verdadeira trajetória de superação, um tributo a todas as conquistas que ainda estão por vir.

 

 

 

Um texto sobre o meu pai ….

Texto escrito em julho de 2024….

“Todo mundo sabe que sempre gostei de escrever. Para mim, escrever é uma forma de ir

além,além de mim mesma. Nunca havia escrito um texto sobre meu pai, talvez porque

precisasse de tempo para colocar as palavras no papel. Hoje, surgiu em mim a vontade de

escrever, e então me perguntei: o que escrever? Lembrei da penúltima conversa que tive

com ele, já que a última foi sobre minha nova cachorrinha! Sim, nossos assuntos variavam,

desde questões sérias até se a cachorrinha estava devidamente coberta contra o frio. Às

vezes, eu interrompia a conversa, dizendo: “espera um pouco, sua neta quer subir na

cama”. Acho que, no final, ele se acostumou a ser “avô de cachorrinho”, pois, ao meu lado,

era assim que teria netos, rs!

A penúltima conversa foi, como sempre, sobre ballet e natação. Sempre fui apaixonada

por ballet, enquanto meu pai achava que eu deveria levar a natação mais a sério!

Ele queria uma nadadora, e eu desejava ser bailarina.

Por mais incrível que pareça, no final do ano passado, ele foi me ver dançar e disse que

achou bonito! E quanto à natação? Pai, essa semana não consegui ir nem à natação nem

ao ballet, mas juro que voltarei a nadar e a dançar. Agora, não tenho mais ninguém para

discordar se a natação é melhor que o ballet ou vice-versa.

Fiz um desenho de quando era criança, na piscina, vestida de bailarina. Sentirei saudades

das nossas pequenas teimosias!”

**Eu sou**

**Eu sou**

tranquila,

um pouco tímida,

um tanto teimosa,

algumas vezes nervosa,

extremamente sentimental.

Choro com facilidade,

e frequentemente me perco em pensamentos,

mais nas nuvens do que no chão.

Sou bastante distraída

e, por isso, acabo quebrando algumas coisas.

Amo o mundo das cores,

a beleza das águas,

a poesia,

e a conexão com as pessoas.

Sou devota de Nossa Senhora em diversas formas e de Santa Teresinha.

Aprecio a cor rosa,

e sou completamente apaixonada por café.

Aprendi a dançar e até a voar com a imaginação.

Meu nome é uma homenagem a Jorge Amado.

 

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**A Vida Bordada**

**A Vida Bordada**

Era um dia ensolarado de verão em 2017, típico de janeiro. Eu estava organizando uma

exposição para o ano seguinte, com minhas pinturas, gravuras e ilustrações, mas sentia

que algo ainda faltava. Naquela época, frequentava aulas de pintura no estúdio da

Catarina Gushikken, onde uma colega havia criado um quadro bordado. Aquilo era

exatamente o que eu precisava, mas eu não sabia bordar. Decidi, então, aprender através

do YouTube e comecei a bordar para a exposição, uma arte que não abandonei mais.

Independente do clima – às vezes com frio, outras vezes na praia – meus pontos sempre

estavam presentes, tecendo mares e peixes, além de casas que surgiam da minha memória

afetiva. Resolvi documentar minha trajetória com o bordado, quase como um diário. Estou

preparando uma nova exposição, desta vez exclusivamente dedicada aos bordados, que

prometem ser ainda mais significativos.

Durante a pandemia, um período marcado pelo isolamento social, encontrei na costura

um refúgio. Muitas peças foram criadas nesse tempo, como bailarinas e nadadoras,

bordados que misturavam crítica e suavidade, similares ao mar. Criei auto-retratos e textos

que expressavam minha profunda paixão pelo bordado.