Arquivos da categoria: um pouco de tudo …..

Livros e Pontes …

“O período de encantamento da infância durante a quarentena transforma os livros em

pontes, que se tornam janelas para novas realidades. Cadernos repletos de tristeza e

brinquedos esquecidos permanecem na passagem do tempo que continua a girar.

Enquanto lá fora um vírus ameaça, e amigos correm riscos, a essência do tempo e a vida

das palavras persistem. Os livros mantêm-se vivos; atrás dos muros de nossos lares, ainda

há vida e histórias a serem descobertas nas páginas que nos cercam…”

texto feito em março de 2020

**O Elevador**

**O Elevador**

Era uma vez um dia em que tive um surto de pânico no elevador, com minhas duas

cachorrinhas. Fiquei muito nervosa, e minha cachorrinha maior também. Ela latia, enquanto eu chorava.

Nunca gostei de elevadores; para mim, eles parecem uma caixa, e você fica presa lá.

Às vezes, tenho vontade de me refugiar em um lugar onde só haja bichinhos. Não me dou

bem com cidades onde tudo sobe. Não gosto de avião, de montanha-russa, de roda-

gigante… de tudo que vai para o céu. Prefiro ter os pés no chão.

Minha cachorrinha mais velha me puxou; uma delas estava dormindo, enquanto a maior gritava.

Até a vizinha do 3º andar me tirar do elevador, atrapalhando assim o seu almoço.

O elevador voltou a funcionar, mas logo parou com outra pessoa. E minha cachorrinha latia de dentro do meu quarto.

Minha família nunca entendeu muito bem meu pânico.

Eles vivem  lá em cima.

Eu preciso ver o chão, as crianças gritando na pracinha em frente ao prédio, os carros

buzinando, as luzes, as músicas que vêm dos carros que insistem em andar com o som alto.

Das alturas, só gosto de olhar as nuvens e as estrelas que brilham.

Doce aroma de morangos.

Escrever para mim sempre foi um alento para a alma; é como bordar com palavras.

O bordado e a escrita sempre caminham juntos. A palavra é capaz de trazer simplicidade

em momentos difíceis, simplificando meu caminho. Enquanto a aula se desenrolava pelos

labirintos das palavras, a realidade me incomodava com os problemas do mundo. Pessoas

que acreditam que a vida funciona apenas por cifras, com seus próprios relógios e palavras

duras, esquecem que existe poesia e simplicidade do outro lado da cortina.

Por outro lado, no meu mundo criativo, me voltei para as palavras simples. Um universo

onde elas deslizam puras, distantes da rigidez do cálculo. As palavras fluíam suavemente,

exalando o cheiro de morango do meu caderno de Moranguinho. E havia, ainda, a

companhia da boneca que acabara de ganhar, semelhante à que tive na infância. Era uma

boneca de 1984, reedição de uma famosa fábrica de brinquedos, marcada por um símbolo

de estrela sob o céu nublado de uma noite de quinta-feira.

A boneca, ainda na caixa, me acompanhava, trazendo o sal da vida em pedaços de açúcar

e o doce aroma de morangos.

A vida, efêmera

A vida, efêmera por essência, foi sempre permeada pela preocupação paterna em evitar

minha tristeza. Há quinze dias, em uma ligação marcada por lágrimas, eu expressava meu

desalento sem conseguir articular claramente meus pensamentos. Do outro lado da linha,

meu pai, pacientemente escutava : “Fale com calma, pare de chorar.” Revelava então meu

medo de solidão; ele prometeu visitar no final de semana para o lançamento do meu livro.

A memória mais vívida que guardo é nossa última conversa presencial no dia do evento,

rindo juntos ao discutir sobre minha coleção de bonecas Barbie e RBD – um sonho infantil

realizado. Ele sempre me viu como sua menina pequena, mesmo que

subconscientemente. Aquela conversa reiterou minha dualidade: uma escritora e artista

plástica com exposições  ainda encantada por bonecas. O colar de pomba que ganhei em

um aniversário e as bonecas Frozen que ele me presenteou continuam a fazer companhia

em meu quarto e alimentam minhas fantasias criativas. Mesmo após o 4 de julho, quando

perdi um pouco da luz  da infância com o falecimento do meu pai , continuo a abraçar a

simplicidade dos novos sonhos e a pureza de estar rodeada por minhas cachorrinhas. Este

relato foi elaborado durante uma sessão de escrita terapêutica; reflete não apenas uma

perda, mas a persistente influência paterna em minha jornada pessoal e criativa.

Dificuldades na expressão do afeto em português.

“No mundo de hoje, as pessoas são muito proficientes em matemática, no entanto, muitas

vezes apresentam dificuldades na expressão do afeto em português. Elas dominam os

números, mas podem encontrar desafios ao tentar transmitir o sentimento de amor

através das palavras. Por mais simples que pareça, a palavra ‘amor’ contém apenas quatro

letras, no entanto, alguns indivíduos estão mais familiarizados com dígitos do que com a

verdadeira essência e significado dessa palavra.”

Exposição Rita Lee – SP

Um Pouquinho da Exposição de Rita Lee: Reflexões sobre a Originalidade e a Rebeldia

Em agosto de 2023, a estação Campo Belo do Metrô de São Paulo se transformou em um

verdadeiro santuário da cultura pop, ao receber a exposição “Um Pouquinho” em

homenagem à icônica Rita Lee. Esta artista, marcada por sua ousadia e inovação, tornou-

se um símbolo de rebeldia e autenticidade, não apenas na música, mas na forma como

viveu e se apresentou ao mundo. Ao refletir sobre essa experiência, não posso deixar de

lembrar da minha tia, uma mulher que, assim como Rita, sempre foi à frente de seu tempo,

com seu cabelo ainda ruivos  e uma personalidade vibrante que encantava a todos ao seu redor.

A exposição “Um Pouquinho” não apenas reverenciou o legado de Rita Lee, mas também ofereceu um espaço para a interação e a descoberta. Era possível ver de perto artefatos,

ilustrações e bordados  que narravam a trajetória da artista, desde o começo na banda Tutti Frutti até seu triunfante percurso solo.

Cada peça exposta contava uma história de inovação e resistência, destacando não apenas sua música, mas sua postura desafiadora diante das convenções sociais.

Rita sempre desafiou o que era esperado de uma mulher no cenário musical, e essa exibição trouxe à tona essa luta silenciosa que muitas mulheres enfrentam.

Particularmente emocionante foi a conexão que pude estabelecer entre Rita e minha tia. Ambas, com cabelos ruivos  que simbolizavam sabedoria e vivências, compartilhavam um espírito indomável.

A cor rosa-choque que perpassava a exposição refletia essa essência: uma explosão de cor e personalidade que destoa do cinza da monotonia.

A ligação entre a arte de Rita Lee e a trajetória pessoal de minha tia ressoa com força.

Ambas foram pioneiras em seus próprios domínios, e a exposição serviu como um

lembrete de que a individualidade deve ser celebrada. As paletas de cores, as referências

culturais e a ousadia palpável nas instalações capturaram a essência do que significa ser

fiel a si mesmo, mesmo quando isso significa nadar contra a corrente.

Ao percorrer os corredores da exposição, eu me vi pensando na importância de criar

espaços onde vozes diversas possam ser ouvidas e celebradas. Rita Lee, com sua

autenticidade, não apenas influenciou gerações de músicos, mas também empoderou

pessoas a abraçar suas singularidades. Assim, a homenagem a essa artista transcendeu a

música; tornou-se um manifesto por todas as “ovelhas negras” que, em suas pequenas ou

grandes revoluções diárias, desafiam as normas e buscam um espaço ao sol.

Encerrando minha visita, ficou claro que “Um Pouquinho” não era apenas uma

homenagem a Rita Lee, mas um convite para que todos nós exploremos nossas próprias identidades e aventuras.

O espírito livre da artista ecoou em cada canto, lembrando que, assim como minha tia,

todos temos o poder de moldar nossa própria narrativa. A exposição fez com que eu saísse

não apenas celebrando uma artista, mas refletindo sobre a riqueza de ser único e a

coragem que isso exige em um mundo que muitas vezes tenta nos uniformizar.

    

**Corpo que somos e história que vivemos**

Corpo que somos e história que vivemos

**Corpo que somos e história que vivemos**
**O corpo e o olhar**

O corpo é proteção.

É o que nos resguarda do mal.

Para mim, o corpo é o movimento no espaço:

O corpo que dança entre um plié e outro,

O corpo que pinta entre o rosa e o azul,

O corpo que cria arte quase o tempo todo.

O corpo que nasceu um pouco molinho, com hipotonia muscular, mas sempre aprendeu a superar limites.

Se não era possível dançar balé, era possível pintar; nadar como uma sereia nas piscinas da vida;

Inventar mil brincadeiras com as bonecas no chão.

Sempre o chão, a construção do espaço.

Pintar quase com o corpo inteiro no chão,

A bicicleta rodando no térreo do prédio, com a sua cestinha.

O corpo que hoje dança balé, mas já dançou jazz e dança do ventre;

Que já nadou em todos os estilos;

E que aprende uma cor nova a cada dia.

O corpo e a arte;

As memórias da infância,

As memórias da menina-mulher que busca movimentos pelas cores da vida…

texto e colagem feitos na  aula da pós

      

      

História de uma menina e seu cachorrinho

O parque é um lugar de diversão e alegria, onde as pessoas podem relaxar e desfrutar de momentos de lazer.

Uma cena comum é ver crianças brincando com seus cachorros

Vamos contar a história de uma menina e seu cachorrinho, que passaram um dia divertido

no parque, rodeados de flores e alegria.

A menina e seu cachorrinho chegaram ao parque cedo, e logo começaram a brincar.

Ela corria e o cachorrinho a seguia, e eles se divertiam muito.

O parque estava cheio de flores, e a menina parou para admirá-las.

Ela se aproximou de uma flor e o cachorrinho a seguiu.

Ela começou a brincar com a flor, e o cachorrinho acompanhava cada movimento.

A menina e o cachorrinho passaram o dia inteiro brincando e explorando o parque

A menina e seu cachorrinho passaram um dia divertido no parque, rodeados de flores e

alegria. Eles se divertiram muito, e a amizade entre eles foi reforçada. O parque é um lugar

de diversão e alegria, e é um ótimo lugar para passar um dia com seu melhor amigo.

A beleza de uma menina no carnaval

A beleza de uma menina no carnaval

Uma das melhores partes do carnaval é a beleza que os seus participantes exibem.

É por isso que, durante o carnaval, muitos artistas escolhem ilustrar o momento usando o seu traço.

Uma criança pequena no meio da multidão, especialmente, é uma visão encantadora.

Uma menina no carnaval mostra seu sorriso verdadeiro de felicidade ao ver a beleza de

todas as cores e as músicas que marcam o momento. Ela aprecia o candidato eleito na

passarela com admiração e o abraça com seu coração.

Ao observar a menina ilustrada no carnaval, também podemos nos lembrar da diversão

que as crianças podem ter naquele momento. Elas podem usar lindos trajes, como se

fossem princesas ou se divertir com todos os balões coloridos, que marcam o céu.

Finalmente, podemos ver como o carnaval pode inspirar uma menina. É um momento que

ela pode aproveitar para expressar sua alegria e expressar seu autêntico ser. Quando ela

está perto de pessoas que compartilham a mesma alegria, ela pode sentir-se mais

confortável para abrir o seu coração e permitir que o seu lado mais leve saia.

No carnaval, ela pode experimentar tudo sem medo de ser julgada e expressar toda a

bondade que existe dentro dela. Estimula a sua criatividade e lhe dá a oportunidade de

viver momentos singulares que a motivam a aproveitar cada dia.

Cada menina é diferente e o carnaval oferece uma oportunidade para que cada uma delas

mostre o seu lado mais autêntico.