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**Eu sou aceitação**

**Eu sou aceitação**

Eu me aceito.

Eu sou aceitação.

Já briguei com ela algumas vezes—com a aceitação.

Mas agora estamos em harmonia.

Caminhamos de mãos dadas

Pelos campos floridos da vida.

Andamos entre flores, mares e estradas internas,

Construídas por cada retalho deste grande mosaico

Que eu sou.

Eu me aceito,

Assim como sou, com meus cabelos castanhos lisos e meus inúmeros óculos,

Para enxergar o mundo de maneira mais clara. Falo isso de forma figurativa,

Porque, no sentido abstrato, eu vejo com o coração.

Eu me aceito assim, com o pé um pouquinho voltado para dentro.

Não havia um jogador assim,

Então por que não uma bailarina?

A arte da sapatilha,

A arte da bola,

A arte da vida,

A arte da transformação,

A arte da aceitação.

A arte de se aceitar.

Aceitar nossa pintura refletida no espelho,

O profundo da alma.

A alma que se aceita no acender da luz mais pura do nosso ser mais íntimo.

Os segredos da alma.

Eu sou aceitação.

**Era uma vez uma infância**

**Era uma vez uma infância**

Era uma vez uma infância que ficou registrada na memória, entre o pé de amora e o

parquinho de pedras brancas.

Por onde passava a minha bicicleta rosa, havia espaço para correr.

Mas eu não sabia correr… e ainda não sei.

No entanto, sabia voar.

Voava na minha imaginação, pedalando pelas pedras brancas com a bicicleta rosa.

Neste final de semana, tentei correr novamente no parquinho de pedras brancas,

acompanhada de um cachorrinho de plástico perdido – uma cena que parecia ter saído de

um quadro de Edward Hopper.

Um cachorrinho de plástico, da nova geração, os atuais habitantes do meu parquinho da infância,

que neste final de semana tinha novos pequenos:

os pequeninos da tia Abi – ou melhor, agora tia Gabi.

Ainda não sei correr,

mas sei voar na imaginação.

E foi como se um dia valesse por um ano inteiro.

Não importa se a pandemia nos separou;

a ligação sempre estará lá,

com os meus pequenos habitantes do parquinho e do meu coração.

Como foi bom balançar com vocês!

Ops, a tia Gabi não entra na balança,

Ela ainda gosta  bicicleta rosa.

Ela ainda não sabe correr,

mas sabe voar na imaginação com vocês.

Sabe sobre o pé de amora, sobre dinossauros e sobre Legos coloridos.

E sabe amar e voar!

 

**Eu sou**

**Eu sou**

Quietinha,

meia tímida,

um pouco teimosa,

um pouco nervosa,

muito sentimental.

Choro por qualquer coisa,

e fico mais nas nuvens do que na terra.

Sou bastante distraída

e acabo quebrando tudo.

Gosto do mundo das cores,

do mundo das águas,

de poesia,

das pessoas.

Sou devota de Nossa Senhora em todos os seus nomes e de Santa Terezinha.

Amo a cor rosa,

adoro sair com você,

e sou apaixonada por café.

Hoje em dia, não me preocupo tanto com a história do medo.

Aprendi que posso dançar e até voar na imaginação.

Meu nome é inspirado em Jorge Amado, assim como os olhos do meu avô.

Ele me ensinou a ser forte através do seu olhar.

Então, eu nasci assim,

mas nem sempre serei assim.

Amanhã será treze de maio.

Lembro de muitas coisas em um dia de chuva como o de hoje.

Amanhã será treze de maio.

E como costuma fazer frio nesse dia!

Todo treze de maio era marcado por festas na igreja,

Repleto de doces e vinho quente,

Além de flores que enfeitavam o ambiente.

Mas este ano, as celebrações não se realizarão como em anos anteriores.

No entanto, a fé sempre permanecerá viva,

E minha santinha estará sempre em algum lugar,

Olhando por mim e por todos nós.

Viva Nossa Senhora de Fátima!

Aniversário

**Era uma vez…**

Era uma vez uma menina que nasceu muito pequena, com os olhinhos azuis, iguais aos do

avô. Ela sempre gostou de cor-de-rosa, de piscina e de pintar. Sonhava em ser bailarina,

mas acabou se tornando artista. O pezinho um pouco para dentro não ajudava muito, mas

quem disse que ela desistiu? Hoje, aos 40 anos, faz ballet. A piscina foi a companhia de

uma vida inteira, assim como suas cores.

Hoje, ela brinca de colorir o mundo, mesmo em tempos difíceis. Um dia é rosa, no outro é

azul. Para seu aniversário, presenteou a si mesma com uma imagem de Nossa Senhora de

Nazaré, pedindo proteção para seus passos. Mas por que o bolo do Frozen?

Podia ser um bolo de bailarina ou todo colorido, como uma pintura, por exemplo! Mas

escolheu o Frozen porque a história da princesa com os olhos azuis é uma mensagem de

superação. Em tempos difíceis, isso representa uma forma de acreditar na esperança, na

expectativa de dias melhores. Foi também uma maneira de agradecer.

Agradecer pela vida…

Pelos 40 anos…

Por uma história bordada com cada cor e com cada dor.

Que venham mais 40 anos!

Que venham dias melhores…

texto escrito no dia do meu aniversário de 40 anos ….

Dia a Dia

Série  dia a dia 

retratos da vida 

Vida transformada em cores 

Cores da vida 

Momentos especiais 

Momentos eternizados nas cores 

Desenhos para comemorar datas especiais 

Aniversário de amigas 

Aniversário de cidades 

Apresentações de Ballet os passos nas linhas e cores 

Dias alegres , Dias de sol 

Dias tristes, Dias de chuva 

Musicas transformação de notas musicais em cores 

A vida como um Rio que vai fluindo através de cada cor de cada linha 

A vida em movimento 

Movimento retrato 

Uma forma de deixar o tempo fluir 

O fluir da vida transformada em cores 

Um besouro….

Estava no escritório, ou melhor, na parte da casa que transformei em ateliê durante a

pandemia. Na verdade, já tinha feito isso um pouco antes da pandemia começar.

Lá estava eu, organizando minhas linhas, quando de repente um bicho entrou voando pela

janela. Sai correndo e fechei a porta. Fui chamar a Ti !

“Tem um bicho lá no escritório e ele está fazendo barulho!”

“É um morcego?” a Ti  perguntou.

“Não sei, mas é grande.”

Então a Ti se dispôs a tentar matar o bicho para mim.

“Não entra aí, o bicho vai te pegar!”

“Mas como assim, é grande desse jeito?!”

“É grande, faz barulho e deve morder!”

“Não é possível!” a Ti respondeu.

A ti  pegou veneno, uma vassoura e foi tentar acabar com o bicho.

Nesse momento, o inseto entrou no meio dos meus papéis de aquarela. Peguei o veneno e

comecei a borrifar por toda parte! O veneno espalhou-se por todo lado: no iPad, no meu

caderno da pós-graduação e no chão.

No final, a ti  conseguiu matar o bicho. Então, virou-se para mim e disse: “Todo esse

escândalo era só por causa de um besouro?”

“Sim!” confirmei.

Aí a ti perguntou: “Como você vai cuidar de uma cachorrinha se tem medo de besouros? A

cachorrinha não pegaria o besouro?”

E eu tinha prometido que iria pintar o besouro para você! Aí está!

**Maria do Rosário**

**Maria do Rosário**

Maria, como Nossa Senhora,

Rosário, como uma rosa.

Pequena em tamanho,

Mas enorme em coragem.

Dona do gato Mimi

E de uma voz doce,

Ela gostava de cantar “Beijinho Doce”.

Proprietária de um aparelho de rádio,

Que às quatro da manhã já tocava uma moda sertaneja.

Nascida em Laranjeiras do Sul,

Cidade de céu azul,

Filha de um senhor polonês.

Branquinha e magrinha,

Era conhecida como Dona Pequenina.

Costurava vestidos de faixinha

Para suas pequenas filhas,

E o céu azul tinha a suavidade de sua voz doce,

Do “Beijinho Doce”.

Acompanhada pela sanfona do marido, Jorge,

Notas suaves preenchiam o ar,

Enquanto o café sempre quentinho

Descansava no bule azul.

Um dia, Maria do Rosário se foi…

Comendo uma maçã.

Eu não a conheci,

Mas sua história passa de geração para geração.

Esta história poderia estar escrita

Em um papel de carta bem bonito.