“A missa de um mês do meu pai me fez refletir tanto…
Não houve missa? Por que você não me chamou? Eu não disse nada a ninguém.
Sim, houve a missa, mas fui sozinha, apenas com meus pensamentos.
Estava sozinha porque precisava. Egoísmo? Acho que não; eu desejava o silêncio em meio ao caos.
Desde criança, sempre gostei de brincar sozinha.
Eu precisava desse momento com Deus, a sós.
E como filha, precisava desse tempo só.
O pior foi que o padre esqueceu de mencionar o nome do meu pai, e nesse instante pensei: ‘Ufa, não chamei, ninguém’.
Tive medo de não conseguir ir, mas fui eu e minha jaqueta de bailarina.
Afinal, meu pai apreciava meus bordados.
Fui eu, minhas agulhas e linhas, a menina que sempre gostou de passar horas sozinha e
precisava de uma missa a só.
De certa forma, meu pai sabia que tinha uma filha artista, que sempre viveu em seu próprio universo, e precisava se despedir assim…. ”