Era uma vez a máquina de escrever..

Era uma vez a máquina de escrever do meu avô, uma relíquia que guardava histórias entre suas teclas, cada batida um eco de memórias vividas. Com suas letras emolduradas na página amarelada, a máquina contava pedaços de um cotidiano repleto de simplicidade e beleza. A  vida, entre livros empoeirados, e  cafés quentinhos  , onde o aroma do café fresco se misturava ao perfume da literatura.

Naquelas tardes ensolaradas, eu, a neta fascinada, observava meu avô em sua dança de palavras. Ele, um professor de letras, escrevia como quem respirava, com naturalidade e paixão. A cada cliques das teclas, suas histórias ganhavam vida; relatos sobre personagens de contos esquecidos, descrições de paisagens que existiam apenas em sua mente fértil, e reflexões sobre o amor, a amizade e o tempo.

Enquanto eu o observava, meu coração pulsava com um desejo imenso: queria fazer igual. Queria ser capaz, de eternizar momentos entre as páginas de um jornal, contar sobre as cores vibrantes do carnaval, sobre as ondas do mar que quebravam na praia, e sobre a vida que se tecia a cada instante.

Na mesa ao lado, um relógio de madeira, herança do meu bisavô, marcava o tempo com um suave tic-tac. Ele parecia me lembrar que cada segundo era precioso, que cada história contada merecia ser ouvida. As horas se esvairam enquanto eu sonhava em voz alta, imaginando todas as narrativas que poderiam brotar da minha caneta. 

“Hoje, conto histórias escritas no meu computador cor-de-rosa ou no meu caderno, sempre ao lado, à espera de novas palavras. Com o passar do tempo, ganhei coragem e me lancei no universo da escrita. Afinal, a história continua, assim como as ondas do mar que, eternamente, se quebram na praia. Também bordo palavras que se desenham no tecido das memórias da vida. Tempo, tempo, quero lhe fazer um pedido: eternize minhas palavras nos meus tecidos  amarelos.”

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