Em uma pequena cidade do oeste do Paraná, morava Maria do Rosário e seus filhos.
A segunda filha do casal era uma menininha linda e magrinha, assim como a mãe.
Ela usava vestidos rodados e adorava acompanhar os pais nos bailes. A mãe cantava
“Beijinho Doce”, enquanto o pai era o sanfoneiro da festa. O ambiente estava sempre
decorado com bandeirinhas de diversas cores e formas.
A cidade acreditava no saci, aquele menininho de chapéu vermelho, como as maçãs do
campo. Havia pés de laranja e rapadura por acaso, e será que o saci gostava de rapadura?
Parece que sim, pois havia rezas no cemitério. “Mãezinha do céu, eu não sei rezar.” O azul
do seu manto era reconfortante, e havia necessidade de fugir do cão bravo e do boi. Mas
aos domingos, as missas eram essenciais para usar o sapatinho novo.
Será que o saci frequentava a missa? Acho que não, pois ele não sabia rezar, mãezinha do
céu… E assim era a vida, repleta de fantasias, cores e músicas. Maria do Rosário cantava
“Beijinho Doce”, aquecendo o frio do oeste do Paraná.